segunda-feira, 6 de agosto de 2007

A VIDA

Vou vivendo, vendo, vendo.
Vou lembrando, andando, andando.
O que ficou, passado,
Na memória está guardado.
Abro meu álbum de lembranças,
Recordo quase tudo, desde criança.
Meu baú de recordação,
Deixa um aperto no coração,
Quando aberto evidencia,
As amizades, as alegrias, os dias.
Aquele bar de amigos,
Um violão chegando de mansinho,
Despertava a rebeldia,
Da adolescência, de mudar o mundo um dia.
Palavras fiadas jogavam fora,
Tempo, tinham de sobra.
No compromisso com o amigo,
Palavra de honra, de glória.
Naquela festa, rodeado deles,
A solidão não existia,
Todo dia, somente alegria.
Mas chegou a hora de plantar os sonhos,
Semear futuros, sem medo de tempestades.
A partida leva um pedaço,
Dos amores, amigos,
O baú está lotado,
Mas sempre cabe um retrato e um sorriso,
De uma época que aconteceu de fato.
Quando a responsabilidade bater a porta,
O amadurecimento se faz necessário,
Abro o baú, tiro do armário,
As recordações servem de atalho,
Para encarar os compromissos,
Agitações e outros vícios.
No conflito do meu dia,
Esquece um pouco de todos.
Quando a solidão assola,
Lembro da época de glória.
Quando a velhice na porta bater,
Com alegria vou receber.
Minha vida foi marcada pela época,
Em que amigos, amores e palavra,
Era coisa séria, coisa rara.
Vou aguardar o fim,
Contando os dias.
Estes não serão,
Como os momentos de alegrias.
Vou sorrindo, indo e vindo.
Vou vivendo com o vento.
Vou lembrando, andando, cantando.
Vou passando, voltando, lembrando.